quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

MAR QUE NÃO SOU



O oceano
que não sou

Alaga portos
que não abro

O azul penetrante

não altera
Odor da maresia
em mim

Afago da água

num abraço
que me circunda

Horizonte doirado

no belo tom
do pôr-do-sol

Ondas desfalecem
na areia da praia

e trazem-me
o suspiro do teu nome

Brisa que desalinha
cabelos e pensamentos

Traz-me saudade
gritante de ti

A vida segue igual
nada mudou

nós é que mudamos
Mas no mar que não sou

fecho os olhos

cheiro a maresia
por ele trazida

Sinto a dança
das ondas

Entre elas avisto
o barco das ilusões

E eu embarco nele...


Fathy Kard

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